quinta-feira, 1 de dezembro de 2016

Polícia de Santo André apreende arsenal com milhares de munições

Após oito meses de investigação, policiais de Santo André conseguiram apreender, nesta quarta-feira (30/11), mais de 30 armas de vários calibres e milhares de munições que eram comercializadas para facções e grupos criminosos para realizar assaltos a banco, roubo à caixa eletrônico, de carga e de carro forte. Entre os variados tipos de munições estão a calibre ponto 50, conhecida por derrubar helicóptero e perfurar carro forte, 556 que é usado no fuzil R-15, 762 de fuzil restrito das forças armadas, balas que furam coletes e a munição RIP, proibida no Brasil.
“A letalidade dessa munição RIP é de 100%. Ela entra girando, se divide e se transforma em vários projéteis. Mas, no geral, o volume de munições encontrado é algo descomunal, um verdadeiro arsenal para abastecer uma guerra. São tantas munições que não conseguiremos contar, apenas pesar”, explicou o delegado titular da Seccional de Santo André, Hélio Bressan. A polícia acredita que a munição RIP tenha chegado por aqui via Paraguai ou Bolívia.

As armas e munições foram encontradas na Zona Leste de São Paulo e em bairros como Vila Aricanduva, Paraisópolis, Vila Matilde e no Zaíra, em Mauá. Nesses mesmos bairros, oito pessoas foram presas acusadas de comercializarem ilegalmente as armas e munições. Entre eles há dois PMs (Policiais Militares). Um trabalha na reserva de armas da polícia e é acusado de desviar armamento da PM para o mercado negro. O outro moro com o pai, que tem envolvimento com a quadrilha, e no quarto dele foi encontrada grande quantidade de armas e munições.
Além dos milhares de munições, os policiais encontraram silenciador, arma com mira telescopia, mais de 30 armas, entre eles fuzis, pistolas e revólveres. Também nos endereços foram encontrados pólvoras, estojos e cápsulas, pois em dois dos sete endereços, onde os policiais realizaram as buscas e apreensões, foram encontrados galpões onde a quadrilha fabricava as próprias munições.
“Eles tinham maquinário para produção. Em tese esse maquinário, é preciso ter autorização do Exército para ter. Alguém roubou ou desviou essa autorização para conseguir esse maquinário”, explicou o delegado titular do 5º DP (Distrito Policial) de Santo André, Edson Carlos Tavares. Como não tem número de rastreio, não é possível descobrir a origem do maquinário.

INVESTIGAÇÃO

A operação denominada de Galileia, contou com a participação de 10 delegados e 75 agentes policiais. A operação se iniciou em março deste ano quando a polícia começou a investigar a venda ilegal de arma. Nos três primeiros meses de investigação a polícia prendeu três membros da quadrilha, parte dela em Mauá, inclusive o cara apontado como o cabeça do esquema.
Porém, mesmo após as prisões, o grupo prosseguiu com as negociações. Agora, após essas novas apreensões e prisões, a polícia prosseguirá com as investigações para tentar prender os demais membros da quadrilha. “A investigação, basicamente está no começo, agora vamos prosseguir para tentar localizar para quem as armas eram vendidas”, destacou o delegado Bressan.

Por: Claudia Mayara (ABCDMaior)

0 comentários:

Postar um comentário