quarta-feira, 7 de dezembro de 2016

Além do impacto ambiental, desaparecimento de abelhas pode afetar economia do país

O impacto ambiental provocado pelo sumiço de abelhas e de outros insetos polinizadores pode causar também reflexos na economia do país, de acordo com pesquisadores brasileiros e mexicanos. Segundo os estudiosos, culturas com alta dependência da ação dessas espécies, como as plantações de café, melão, goiaba e maçã, juntas podem atingir um prejuízo de até R$ 14,6 bilhões com a perda de pelo menos 16 milhões de toneladas de alimentos, num futuro próximo. Em um cenário mais pessimista, a estimativa é de 51 milhões de toneladas perdidas.

Além do uso de agrotóxicos, o aquecimento global está entre as principais causas do desaparecimento das abelhas. O Biólogo Giuseppe Puorto, membro do CRBio-01 - Conselho Regional de Biologia – 1ª Região (SP, MT e MS), explica que, ao contrário de outros insetos, as abelhas não apresentam a mesma resistência a temperaturas mais quentes. "Especialmente algumas espécies, como as do gênero Bombus, conhecidas por aqui como mamangaba ou mamangava. Infelizmente, as pessoas desconhecem a importância ecológica das abelhas", diz Puorto.

 O desaparecimento das abelhas é um fenômeno que tem chamado atenção em outros países. De acordo com pesquisas divulgadas pela revista americana Science, no ano passado, o número de abelhas caiu 40% nos Estados Unidos, em pouco mais de duas décadas. Na Europa, no mesmo período de tempo, o sumiço chegou a 50%. "Esse trabalho de polinização das abelhas é fundamental para a promoção da diversidade das espécies de plantas. Seu desaparecimento certamente provocará um impacto muito grande no reino vegetal", completa o Biólogo.

Sua importante função foi reconhecida até por Albert Einstein, que declarou: "se as abelhas desaparecerem da face da terra, a humanidade terá apenas mais quatro anos de existência. Sem abelhas não há polinização, não há reprodução da flora, sem flora não há animais, sem animais não haverá raça humana".



Marco Berringer, Edmir Nogueira e Carla Italia

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