O governo Saulo Benevides (PMDB) atrasou pela terceira vez consecutiva o repasse de verba para a Câmara de Ribeirão Pires, que, consequentemente, não efetuou o adiantamento de salários dos 98 funcionários públicos e comissionados e dos 17 vereadores.
Segundo o presidente da Casa, José Nelson de Barros (PMDB), a Prefeitura deveria ter realizado a transferência entre os dias 4 e 5, mas, até ontem de manhã, não tinha feito nenhum repasse. Em reunião com o secretário de Finanças, Edenircio Turini, o peemedebista e funcionários da diretoria da Câmara conseguiram um acordo para que a administração depositasse R$ 250 mil ainda ontem para o pagamento dos salários. De acordo com o Portal da Transparência da Câmara, são 98 servidores ativos na Casa, com folha de pagamento de R$ 520,8 mil mensais.
“Mas ainda faltam R$ 704 mil a serem pagos até amanhã (hoje). Vamos entrar com (pedido de) uma liminar para garantir que esse valor seja repassado pela Prefeitura e para garantir o pagamento do dia 20, porque ainda temos que pagar o 13º (salário) dos funcionários e os serviços prestados à Câmara, como de fornecedores. Em dezembro, também vamos entrar com uma liminar, antes mesmo do atraso, para que possamos garantir esse dinheiro”, avisou Zé Nelson.
“A Prefeitura atrasou o pagamento devido a falhas no sistema, no entanto, já está tomando as providência para realizar (o repasse de verba)”, informou a administração, sem mais detalhes. Segundo o governo, de janeiro a outubro foram repassados R$ 8,1 milhões para o Legislativo.
Em grave crise financeira, a administração de Saulo tem atrasado a verba desde setembro, quando o governo comunicou que a situação era decorrente de falta de dinheiro nos cofres públicos. “A Secretaria de Finanças da Prefeitura de Ribeirão Pires informa que o repasse do orçamento mensal para a Câmara será efetuado na segunda-feira. O atraso deve-se à queda de 40% na arrecadação municipal. Entretanto, esclarece que a responsabilidade pelo equilíbrio das contas (receitas e despesas), visando, inclusive, honrar a pontualidade com a folha de pagamento de seus funcionários, é da Câmara e não da Prefeitura”, disse o Executivo quando do primeiro atraso nos repasses à Casa.
De acordo com o presidente da Câmara, a ideia é pressionar o governo para que a situação não continue a se repetir. Em 2015, a Câmara passou por situação semelhante com atraso do repasse também em setembro.
Outra situação de atraso para honrar os compromissos financeiros ocorreu no início deste ano, quando o Sineduc (Sindicato dos Professores das Escolas Municipais) organizou mobilização por conta do não pagamento de parcela do 13º salário e do dissídio.
Via Diário do Grande ABC
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