sexta-feira, 25 de novembro de 2016

Professora agredida por aluno é internada em Santo André

Nesta quarta-feira (23), a professora de matemática da Escola Estadual República Nicarágua (foto), localizada na divisa de Santo André com a zona leste de São Paulo, Daniela Nicolau, foi covardemente agredida por um aluno do 2° ano do Ensino Médio durante o intervalo. O motivo da brutalidade foi a nota baixa do aluno, que culpou a professora pelo descaso dos estudos.
De acordo com informações dos alunos da instituição, durante a aula um aluno iniciou uma discussão e começou a xingar Daniela, que logo em seguida chamou a diretora para retirar o estudante de sala. Enquanto era levado à direção, ameaçou Daniela diversas vezes, aos gritos. No horário de intervalo, a diretora liberou o estudante, que aguardou a professora no pátio.
Ao avistar a docente, começaram as agressões físicas, com socos na costela. O aluno deu uma rasteira fazendo com que a professora caísse e batesse a cabeça no chão. Em seguida, funcionários da escola ligaram para o resgate e Daniela foi socorrida e levada ao Hospital Brasil, em Santo André, onde foi constatada com costela trincada e hematomas na cabeça. A docente permanece internada com estado de saúde estável. Já o estudante de 17 anos, morador do Jardim da Conquista, em São Paulo, foi encaminhado ao 69° Distrito Policial para prestar esclarecimento e foi liberado em seguida.
Em nota, a Secretaria de Educação do Estado de São Paulo lamenta o fato ocorrido e informa que a professora em questão foi prontamente atendida e levada ao hospital mais próximo, acompanhada do vice-diretor da escola. A Diretoria ainda informa que de acordo com o regimento interno da unidade, o Conselho Escolar irá se reunir nos próximos dias para definir as medidas que serão tomadas em relação ao aluno.
Nas redes sociais, familiares, jovens e alunos se sensibilizaram com o caso e prestaram homenagem com publicações utilizando a hashtag “Somos todos Professora Daniela”. De acordo com um dos alunos da escola, parte dos estudantes foi para a instituição com roupas brancas e espalhou cartazes com dizeres a favor da paz nas escolas e redes de ensino. Em contrapartida, alguns jovens utilizaram as redes sociais para disseminar ironias e comentários abusivos contra professora como “rodo nela” e “será zoada até 2052” para zombar o acontecido.
Para o presidente do Sindicato dos Professores do ABC (SINPRO), José Jorge Maggio, as agressões são reflexo da desvalorização dos professores e falta de reestruturação no ambiente de trabalho. “O Estado ainda é falho com as políticas de valorização aos docentes. As saulas de aula permanecem super lotadas, falta política educacional, falta reestruturação coletiva nas escolas. E infelizmente com a PEC 241 de congelamento de salários a previsão é que a situação piore e cause estas situações extremas de depressão e descontentamento dos funcionários”, explica.

Maggio reitera ainda que o Sindicato está apostando fortemente em novas propostas ao Fórum Regional de Educação para contribuir com benfetorias e resoluções a estas circunstâncias. “Hoje o professor é visto como o faz tudo, além do docente é o profissional que coloca os alunos pra dentro da classe e mantém a escola. Precisamos de uma reestruturação no ambiente escolar”.

Via Repórter Diário

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