segunda-feira, 14 de novembro de 2016

Ônibus intermunicipais continuam em greve

Os ônibus intermunicipais das empresas EAOSA e Viação Ribeirão Pires completam quatro dias em greve nesta segunda-feira (14/11). Os funcionários cruzaram os braços por atraso no pagamento dos salários e de benefícios.

A paralisação afeta ônibus de Ribeirão Pires, Mauá, Santo André, o trajeto de São Caetano até o terminal Sacomã, na Capital, e entre Rio Grande da Serra e a vila andreense de Paranapiacaba. As 18 linhas paralisadas transportam diariamente 25 mil usuários.
Esta é a quinta vez consecutiva que os passageiros ficam sem ônibus de ambas as empresas, neste ano. As paralisações anteriores também foram motivadas por atraso de pagamento, tanto do salário quanto dos vales refeição e transporte.
Procurado, o proprietário das empresas, Baltazar José de Sousa, não foi localizado. Contudo, o empresário afirmou ao portal Diário do Transporte que não pagou os funcionários porque a EMTU (Empresa Metropolitana de Transportes Urbanos) não realizou repasses referentes às gratuidades concedidas (estudantes e idosos).
Em nota, a EMTU afirmou que “não tem débitos com as empresas do grupo Baltazar”. Além disso, as empresas serão autuadas por cada partida não realizada, ainda de acordo com o informado por meio de nota.
Como alternativa os usuários podem utilizar veículos de linhas municipais, trens da linha 10 Turquesa da CPTM, e linhas metropolitanas da empresa Rigras, que cruzam Ribeirão Pires. São elas as linhas 041, 117, 165, 165EX1, 165BI1, 215, 336, 215BI1, 374, 381, 381BI1 e 402.

SEM SAÍDA

Os moradores de Paranapiacaba têm como únicas opções para sair da vila duas linhas intermunicipais, da Viação Ribeirão Pires. Uma delas, a 424, vai até Rio Grande da Serra e outra, 040, vai até o terminal Prefeito Saladino, em Santo André.
Com a greve, os moradores têm como alternativa usar carro ou táxi para se locomover, visto que a distância entre a Paranapiacaba e Rio Grande da Serra resulta em pouco mais de 15 quilômetros. Frente a esta situação, um dos moradores, que está desempregado, resolveu cobrar pelo transporte de pessoas até a cidade vizinha e não deixar “ilhados” aqueles que dependem do transporte público.
O morador de 22 anos, que preferiu não se identificar, cobra R$ 5 por pessoa quando a corrida leva três ou quatro passageiros e cobra R$ 10 de cada, quando transporta apenas duas pessoas. “A ideia surgiu com a dificuldade do dia a dia, porque quando tem greve não tem o que fazer. Os taxistas abusam e cobram mais de 30 reais, quando estão de bom humor”, disse.
Entre as vantagens de fazer as corridas, o morador aponta que o carro é econômico e que o preço cobrado é justo, o que traz benefícios para ambos os lados. Além disso, essa foi uma maneira que o jovem encontrou de driblar a crise. “Eu era supervisor de produção, agora estou desempregado e tenho habilitação”, afirmou.

Via ABCD Maior

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