terça-feira, 22 de novembro de 2016

Esporte de fato


Entre três destinos Paris, Budapeste e Los Angeles entram na reta final da disputa para ser cidade olímpica em 2024  
Sustentabilidade. Essa é a palavra-chave das três cidades candidatas a sediar os Jogos Olímpicos e Paraolímpicos de 2024. Em Doha, no Catar, no dia 15 de novembro, Paris, Budapeste e Los Angeles apresentaram pela primeira vez as suas candidaturas ao Comitê Olímpico Internacional. Uma nova apresentação, mais aprofundada, será feita em 3 de fevereiro e a decisão sairá em 13 de setembro de 2017, em Lima, no Peru. Ou seja, nos próximos dez meses, cabe a cada uma delas provar que é a melhor opção para suceder o Rio de Janeiro e Tóquio, que sediará os Jogos de 2020. Sem desperdícios de recursos e com sustentabilidade financeira e ambiental, como defende o COI.
Fundada no Século III, Paris já sediou as Olimpíadas em 1900 e 1924. Exatos cem anos depois da última, espera ter a chance de sediar sua terceira edição dos Jogos Olímpicos. Com 2,3 milhões de habitantes na cidade e mais de 12 milhões na região metropolitana, a imagem cosmopolita é o grande argumento da capital francesa, que pretende realizar as Olimpíadas em um espaço compacto, concentrado em torno do rio Sena, para facilitar o transporte. A maioria das sedes esportivas propostas já está construída e algumas seriam temporárias. Como a do vôlei de praia e da bocha paraolímpica, que seriam disputadas numa quadra no campo de Marte, próximo à Torre Eiffel. Já as provas de vela seriam disputadas em Marselha. Em Doha, os “garotos-propaganda” da candidatura parisiense eram o judoca tricampeão olímpico Teddy Riner, o esgrimista bicampeão olímpico Aron Szilagyi e a mesatenista paraolímpica Zsofia Arloy. “Paris dividirá os Jogos Olímpicos com todos”, valorizou Rinner. Um dos países ocidentais mais atingidos por atentados ligados ao islamismo radical, a França aposta no “know how” em combate ao terror para se diferenciar da concorrência. O slogan “A força de um sonho” reforça a capacidade de resistir às adversidades.
 “A alternativa real”. Esse é o provocativo slogan de Budapeste, a menor, a mais nova e a única das candidatas aos Jogos de 2024 que jamais sediou as Olimpíadas. Criada em 1873 com a fusão das cidades de Buda e Peste, respectivamente nas margens direita e esquerda do rio Danúbio, a capital da Hungria tem 1,8 milhão de habitantes, com 3,2 milhões de habitantes na região metropolitana. Bem menos conhecida que as concorrentes, Budapeste pretende se apresentar ao mundo todo através do evento. “Uma cidade mediana pode ser mais acolhedora. Olimpíadas não são apenas para grandes cidades. Budapeste celebraria a inclusão e o sentimento universal”, valoriza o presidente do comité de candidatura de Budapeste, Balazs Furjes. O jardim do castelo Bazaar, conjunto histórico do Século XIX que é Patrimônio Mundial da Unesco, seria palco das provas de ciclismo de estrada. E a pista de patinação no gelo do Parque da Cidade viraria a quadra de vôlei de praia. A proposta é que o Danúbio seja transformado em uma “pista azul olímpica” para levar atletas e funcionários entre os locais dos eventos – com o transporte fluvial, os organizadores esperam evitar o engarrafamentos. As cerimônias de abertura e encerramento seriam no Estádio Ferenc Puskas.  
Com seus 4 milhões de habitantes na cidade e 13 milhões na região metropolitana, Los Angeles é “experiente” em Olimpíadas – já sediou as edições de 1932 e 1984. Assumiu a candidatura olímpica norte-americana em julho de 2015, após Boston se retirar da disputa. Para 2024, o slogan é “Siga o Sol” e a aposta para vencer essa parada é no incontestável talento norteamericano para o “show business”. A ideia é oferecer esportes e entretenimento no mesmo local. Fundada em 1781, a cidade californiana já tem todas as edificações olímpicas construídas, inclusive a Vila Olímpica, que seria na Universidade da Califórnia (UCLA). Long Beach deverá sediar a vela, o pólo aquático e o ciclismo BMX. Já Hollywood Boulevard, onde fica a famosa Calçada da Fama, faria parte do circuito do ciclismo de estrada. No evento em Doha, a surpreendente eleição de Donald Trump para a presidência dos Estados Unidos serviu para que fosse questionado o apoio do governo federal norte-americano à candidatura. “Não duvidem de nós”, alfinetou Allyson Felix. nascida em Los Angeles, apoiadora da candidatura e única mulher detentora de seis ouros olímpicos no atletismo – nos Jogos de Pequim, Londres e Rio de Janeiro. Segundo analistas, a “Cidade Luz” leva ligeira vantagem sobre a “Cidade dos Anjos”. Budapeste se posiciona, por enquanto, como uma “zebra”. Na hora da decisão final, se uma das cidades europeias sair da disputa, é provável que seus apoiadores no COI se inclinem pela outra, pelas facilidades logísticas. Mas, até setembro de 2017, muita coisa pode acontecer.
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por Luiz Humberto Monteiro Pereira humberto@esportedefato.com.br

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