Estudo
que acaba de ser divulgado revela que 30 milhões de jovens da
América Latina e do Caribe não têm emprego, não estudam e não
recebem qualquer capacitação. Esse contingente de pessoas, o
equivalente a toda a população do Peru, representa 21% dos
jovens da região. É uma proporção muito elevada, evidenciando que
nosso continente está persistindo em erros que ampliam as
estatísticas da exclusão e aumentam as suas disparidades em termos
de desenvolvimento na comparação com as chamadas nações ricas.
O
relatório, intitulado “Perspectivas Econômicas da América Latina
2017”, aponta, ainda, que outros 19% trabalham em empregos
informais. Ao menos seis de cada dez jovens que vivem em lares pobres
da região não têm emprego, não estudam, nem recebem capacitação
ou trabalham no setor informal da economia. Nos lares de classe
média, dois de cada dez jovens estão nessa situação. As
mulheres são as mais prejudicadas, pois representam 76% da população
jovem desempregada, sem estudo e capacitação.
Essas
estatísticas, das quais o Brasil é parte integrante, confirmam o
grande descuido com a educação, que parece ser um problema genérico
na América Latina e no Caribe. Inclusive em nosso país, onde
recente relatório indicou que são mais de três milhões as
crianças e jovens fora da escola, a precariedade do ensino público
tem sido um problema crônico, que se constituiu em uma das
principais causas de não conquistarmos o desenvolvimento.
A
região poderia ser beneficiada se incluísse melhor seus jovens e
lhes desse educação, observa a CEPAL (Comissão Econômica para a
América Latina e o Caribe), responsável pelo relatório.
Entretanto, de nada adianta o trabalho de organismos multilaterais na
elaboração de estudos de alto nível, se os governos continuam
ignorando a causa mais óbvia do subdesenvolvimento, que é a
negligência com o ensino.
Em
janeiro de 2017, tomam posse os novos prefeitos no Brasil. É
importante que se dediquem ao tema, considerando o decisivo papel dos
municípios no sistema público da Educação Infantil e Ensino
Fundamental, no qual a evasão escolar e o baixo nível de qualidade
continuam sendo uma vergonha e uma grande barreira ao desenvolvimento
de nosso país.
*Rubens
F. Passos, economista pela FAAP e MBA pela Duke University, é
presidente da Associação Brasileira dos Fabricantes e Importadores
de Artigos Escolares e de Escritório (ABFIAE) e diretor titular do
CIESP Bauru.
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